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Publicado em 5 de junho de 2025 às 18:21
A Justiça do Espírito Santo determinou a suspensão do exercício da advocacia de Maycon Costa de Oliveira após ele divulgar o depoimento de testemunhas à família do suspeito de ser o mandante do assassinato do adolescente Marcelo Henrique Dias Pereira Rodrigues, de 14 anos. O jovem foi morto em 9 de março no bairro Grande Vitória, na Capital, após determinação do chefe do tráfico da região – Vitor Blennon Pinheiro de Oliveira, de 32 anos. As informações foram divulgadas durante coletiva de imprensa da Polícia Civil nesta quinta-feira (5) >
A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Espírito Santo, disse, em nota, que o Tribunal de Ética recebeu a notificação judicial sobre a suspensão do advogado e irá instaurar processo ético disciplinar para apurar o caso. Na página do órgão, a situação de Maycon consta como regular. >
O advogado já teve um pedido de cassação da carteira profissional feita pela própria instituição em 2018 após tentar entrar com drogas no Centro de Detenção Provisória de Viana II. O delegado Geroge Zan, adjunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, contou que Maycon fazia a defesa de Vitor - que é ligado ao Primeiro Comando de Vitória (PCV).>
Por conta da atitude (vazamento de partes dos depoimentos), o advogado ainda foi indiciado por envolvimento com o tráfico de drogas e interferência no processo. Pela execução do jovem de 14 anos, quatro homens foram presos suspeitos de envolvimento direto e três mulheres por coação a testemunhas. Um continua foragido. Confira quem são: >
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Ao ter o aos autos das investigações, prática autorizada às partes envolvidas no caso, ele tirou foto dos termos da declaração de duas testemunhas – a mãe da vítima e uma amiga que viu o jovem sendo levado. >
“[Maycon] fotografou e enviou para familiares do chefe de tráfico local, que foi o mandante, e após esse envio três mulheres – esposa de Vitor, cunhada dele e uma amiga – aram a ameaçar e espancaram a testemunha. O advogado confessou que transmitiu as declarações e foi indiciado por associação ao tráfico e interferência no processo”, explicou o delegado. >
Para o adjunto da DHPP, por mostrar o material a terceiros, Maycon abriu brechas para consequências. “A menina [adolescente] tem deficiência intelectual. Ela foi agredida e as mulheres falavam ‘vai lá de novo e denúncia’. Os familiares dela tiraram ela do bairro por segurança e a mãe de Marcelo saiu do local por medo”, contou.>
Conforme o delegado, o crime foi planejado e começou quando a vítima recebeu um convite de Pedro para se encontrarem. A marcação não era à toa, tinha como objetivo realizar o encontro de Marcelo com os executores. Foi o que ocorreu ao chegar no local acompanhado de Richard, Wallace e Wendel estavam o esperando.>
Em seguida, o adolescente foi levado a uma mata, onde foi executado. Para ter certeza do que ocorreria, Vitor assistiu à morte de dentro de um carro estacionado próximo. “A motivação que a vítima, que era integrante do tráfico de drogas na localidade e subordinado dos executores, teve um desacerto relativo à cobrança de uma dívida de drogas de outra pessoa. Ele não cobrou e essa foi a motivação do assassinato dele”, contou.>
Dos oito suspeitos apontados como participantes no homicídio, sete estão presos. Apenas Wallace de Oliveira da Silva, de 20 anos, também apontado como um dos executores, segue foragido. >
A Polícia Civil divulgou a imagem dele e pede a colaboração para localizá-lo por meio do Disque-Denúncia 181. A Polícia Civil mantém as buscas para localizar o foragido e reforça que a colaboração da população é crucial para o sucesso da operação.>
A reportagem tenta localizar a defesa de todos os envolvidos e o espaço segue aberto para um posicionamento. >
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